Talita Gantus
Resiliência

Foto: Bruno Fernandes
Tu se questiona sobre o meu poder Pragueja o meu sangrar Temes porque sabes Que se eu não quiser, não há sol que vai me queimar.
Tu engole mas não aceita E se questiona De onde tiro forças pra depois de dez tropeços,
onze vezes me levantar.
Tu não sabes do meu caminhar Do meu sorrir, meu sofrer, meu chorar A mãe lua olha por mim Mexe as águas Chama a gira de Iemanjá.
E aquele anjo esbelto Ao lado do orixá Que anunciou que o fardo era pesado Jamais imaginou Que a força que tenho é foz Que deságua tristezas E desfaz incertezas.
Tu só não podia imaginar Que eu, mulher, tomei consciência De que resiliência É ciência que me faz brotar.